31 maio Palestra magna fecha comemorações do aniversário de 13 anos da OABPrev com auditório da ESA lotado.
Dezenas de estudantes e profissionais do Direito lotaram, no último dia 29, o auditório da Escola Superior da Advocacia de Goiás (ESA/GO), para assistir à Palestra Magna de Encerramento das Comemorações do Aniversário de 13 anos da OABPrev. O evento foi iniciado pouco antes das 19 horas. Compuseram a mesa diretiva dos trabalhos a presidente da entidade, Keila Cristina, o diretor administrativo financeiro, André Juliano, Samuel Junio, diretor de benefícios, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio Siqueira de Paiva; a diretora-adjunta da ESA, Tatiana Givisiez Von Kriiger; e os palestrantes: Nilton Molina, Eduado Arruda e o mediador Rafael Porto.
Em seu discurso, Lúcio Flávio elogiou a iniciativa de Keila Cristina que, ao assumir a presidência da OABPrev promoveu uma reaproximação entre a entidade e a OABGO. “Eu sou um entusiasta da OABPrev, não apenas porque a entidade contribui para a criação de uma cultura previdenciária com olhos postos no futuro, justo porque nós, advogados, temos de ter essa cultura e não temos, precisamos desenvolvê-las; e sou também porque quero que a entidade esteja cada vez maior e mais forte porque minhas economias e as de grande número de meus colegas advogados estão na OABPrev”.
Na ocasião, o presidente da OAB-GO reafirmou a Keila Cristina que, enquanto estiver na presidência da instituição será, assim como a Casag, um grande parceiro da OABPrev. “Enquanto instituidoras da OABPrev, a OABGO e a Casag tem essa responsabilidade e devemos honrá-la, mesmo porque o crescimento e o sucesso da OABPrev é de interesse de toda a advocacia”, afirmou.
Uma das maiores sumidades reconhecidas em todo o País na área de seguros e de previdência social, complementar e privada, Molina é presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência S/A, parceira da OABPrev; por sua vez, Eduardo Arruda é especialista em Previdência Associativa e em Finanças, enquanto Rafael Porto é consultor atuarial da OABPrev.
Rafael Porto iniciou as palestras com uma breve introdução sobre o tema, explicando as razões pelas quais o País necessita de uma Reforma Previdenciária. Segundo explicou, ao longo dos anos, a sociedade brasileira, cuja grande maioria era formada de jovens passou e continua passando por uma inversão demográfica, em virtude de dois fatores em especial: o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e a queda da natalidade, que fizeram com que, atualmente, os brasileiros contem com maior número de idosos e menor número de jovens, situação de tende a continuar. “Isso significa que, se antes tínhamos uma média de 9 pessoas na ativa para possibilitar o pagamento de um aposentado, estamos caminhando para ter uma pessoa na ativa para cada aposentado, o que torna inviável permitir que a situação prossiga no modelo atual”, esclareceu.
Por sua vez, Eduardo Arruda falou sobre “Educação Financeira no Contexto da Reforma da Previdência”. Sua palestra manteve o enfoque na cultura financeira do brasileiro, que, segundo demonstrou estatisticamente, em comparativos com outros países, não tem o hábito de poupar, em grande parte justamente em virtude do modelo previdenciário do País. Arruda explicou que, com as mudanças que estão a caminho, a sociedade brasileira terá de adquirir novos comportamentos em relação ao dinheiro, independentemente do valor de suas rendas. “É fato: não haverá uma cobertura previdenciária social como a que existe hoje porque o País não tem condições para isso; os filhos não poderão sustentar os pais porque os filhos, por sua vez, também estão diminuindo, numericamente, nas famílias. Caberá ao indivíduo poupar, pensar em formas de garantir sua própria sobrevivência e conforto financeiro no futuro – que envolve planejamento a longo prazo, de preferência – ou ficará “à espera de um milagre”, brincou.
Com o tema “Desafios Comportamentais, Econômicos e Sociais da Longevidade” o palestrante mais aguardado da noite, Nilton Molina, endossou as palavras de Eduardo Arruda e Rafael Porto e buscou concentrar-se em defender a importância de uma reforma previdenciária no Brasil, não necessariamente no formato que foi apresentado ao Congresso Nacional. “É inevitável, necessária, urgente uma reforma previdenciária. A pirâmide se inverteu: estamos caminhando a passos largos para termos uma sociedade mais velha, bem mais velha e o País já não pode mais ter um comportamento paternalista, como se fosse um Estado grande e vigoroso. É preciso que o indivíduo assuma a responsabilidade pela sua sobrevivência na terceira idade e saiba que, segundo estatísticas, é bem provável que viverá muito além dos 60 anos”, explicou.
Molina fez um retrospecto do brasileiro de 60 anos há 60 anos, e o brasileiro de 60 anos nos dias atuais. Por meio de fotos, demonstrou que, naquela época, estar com 60 anos significava estar próximo da morte e ter, de fato, uma aparência bastante frágil e envelhecida. “Hoje, vemos por aí, aos montes, homens e mulheres de 60 anos que estão com tudo em cima, estão trabalhando, mudando de área, reinventando suas vidas. Eu mesmo, aos 83 anos, estou aqui, palestrando para vocês. Essa é a realidade hoje”, pontuou, para endossar a importância de a sociedade brasileira adotar novos comportamentos para lidar com essa nova “terceira idade”, que é saudável, volumosa e tem vontade de viver bem.
Nilton Molina lamentou que grande parte da juventude ainda faça uma interpretação errada dos idosos, tratando-os como se já não tivessem vontades, desejos, sonhos. “O idoso de hoje, no Brasil, quer viver, quer trabalhar, namorar, mudar de emprego. E os jovens tem de perceber e respeitar isso”, pontuou. Quanto à qualidade de vida dessa nova leva de idosos, Molina também – a exemplo de Eduardo Arruda e Rafael Porto – insistiu na importância da adoção de novos hábitos que possam garantir a todos um conforto financeiro nesse momento da vida. “Os jovens tem de pensar nisso imediatamente. Se preparar. Investir parte de suas rendas – não importa onde nem como, isso fica a critério de cada uma – em algo com o que possam contar quando sua capacidade de trabalhar diminuir ou acabar. Isso sem falar nas possibilidades, sempre existentes, de invalidez ou doença”.









